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"I've never known any trouble that an hour's reading didn't assuage." - Charles De Secondat
Título: Eterna Saudade
Título Original: Dearly, Departed
Autor(a): Lia Habel
Editora: Contraponto
Nº de páginas: 405
Preço médio: 16,90€
Sinopse (goodreads):
No ano 2195, em Nova Vitória (uma nação altamente tecnológica baseada nas maneiras, na moral e na moda da antiga era), uma jovem da alta sociedade, Nora Dearly, está mais interessada na história militar e nos conflitos políticos do país do que nos chás e bailes de debutantes. Contudo, após a morte dos pais, Nora fica à mercê da autoritária tia, uma mulher interesseira e esbanjadora que desperdiçou a fortuna familiar e agora pretende casar a sobrinha por dinheiro. Para Nora, nenhum destino poderia ser pior – até que sofre uma tentativa de sequestro por parte de um grupo de mortos-vivos. Isto é apenas o início. Arrancada do mundo civilizado, vê-se subitamente numa nova realidade que partilha com zombies devoradores, misteriosas tropas vestidas de preto e «O Lázaro», um vírus fatal que ressuscita os mortos tornando o mundo num inferno.
Opinião:
O que é que posso dizer?! Comprei este livro por impulso, depois de ter saído do cinema. Suscitou a minha curiosidade devido ao que li na contracapa, pois nunca tinha lido um livro com zombies, o como eles se auto-intitulam neste livro: “não-vivos”. E a prespectiva de um possível romance entre um “não-vivo” e uma humana deixou-me morbidamente curiosa na mesma medida em que me deixou um pouco enojada. Este livro passa-se quase 200 anos no futuro, onde após terríveis desastres naturais a sociedade renasceu com o mesmo nível de tecnologia mas baseada nos valores morais da era victoriana. A nossa protagonista, Nora Dearly, gosta de tudo aquilo que as raparigas não devem sequer ter conhecimento, e odeia a condescendência com que todos os homens tratam as mulheres. Adorei a sua força de vontade e a sua relutante, mas real, aceitação da realidade em que se descobre. No fundo uma protagonista com carácter na dose certa. Logo nas primeiras 100 páginas, conhecemos Bram, um rapaz de 16 anos que morreu 2 anos antes e que foi infectado pelo vírus Lázaro. Conquistou-me com a sua personalidade forte e assertiva, assim como o seu gosto por sonhar, sempre com os pés assentes na terra. Quanto ao livro em si, vou ser sincera, no início, cada vez que descreviam os “não-vivos” ou que surgiam pequenas referências ao possível romance entre Nora e Bram, eu ficava um bocadinho enjoada. Porque apesar de adorar a forma como ambos se completam, a verdade é que ele está literalmente a cair aos pedaços e a apodrecer (mas é um dos mais bem conservados). Apesar de ter sido complicado no inicio, no final a relação dos dois já não me fazia qualquer impressão, e acabou por se revelar uma leitura interessante. Recomendo sem qualquer dúvida a todos aqueles que são fãs de zombies e também a todos aqueles que, como eu, nunca experimentaram um livros cheio de mortos vivos.
Quotes:
“Real ladies can give orders, Real gentlemen can take them, and Real zombies don’t eat brains.”
“All of our lives suck right now, okay? You might think yours is an extra special sparkly rainbow unicorn fart type of suck, but it’s not. Just get on with it!”
Desejos de Grandes Leituras
Maggie Mae Black
Título: Não Sou um Serial Killer
Título Original: I am not a Serial Killer
Autor(a): Dan Wells
Editora: Contraponto
Nº de páginas: 238
Preço médio: 16,50€
Sinopse (goodreads):
John Wayne Cleaver é um rapaz perigoso – muito perigoso. E passou a vida a tentar não cumprir o seu potencial. É bem-comportado, calado, tímido e reservado, mas incapaz de sentir empatia e de compreender as pessoas que o rodeiam. Prefere conviver com os mortos; o seu trabalho (e passatempo favorito) é embalsamar cadáveres na casa mortuária que pertence à família. Além disso, partilha o nome com um famoso serial killer e tem uma obsessão quase incontrolável por psicopatas e assassinos em série. Sob estas circunstâncias, parece que o seu destino está traçado. Contudo, Cleaver tem consciência das suas invulgares características, e quer a todo o custo impedir-se a si mesmo de matar. Para tal, criou um conjunto de regras muito precisas: tenta cultivar apenas pensamentos positivos pelas pessoas que o rodeiam (até pelo bully do liceu), evita criar laços ou interessar-se por elas (tem apenas um amigo da sua idade) e, sobretudo, tenta a todo o custo manter-se afastado do fogo (que gosta de atear), dos animais (que gosta de dissecar) e de locais e vítimas de crimes. As suas regras vão ser postas à prova quando é encontrado um corpo terrivelmente mutilado – e depois um segundo, e um terceiro. Será que na sua pacata vila existe uma criatura ainda mais perigosa do que John Wayne Cleaver?
Opinião:
No outro dia não tive a primeira aula, e acabei por ir parar a Bertrand do Campo Grande para fazer tempo para a segunda aula... Resultado acabei por trazer para casa este pequeno, que já me tinha passado pelos olhos aqui no Goodreads. E não me arrependo em nada de o ter trazido para casa, adoro um bom mistério, um bom thriller e um bom livro YA, e este tem todos esses ingredientes e em cima de tudo, a cereja no topo do bolo, um personagem principal que sofre da Perturbação Antissocial da Personalidade... E é tão fascinante entrar na cabeça de alguém que não consegue sentir empatia por nada nem ninguém, mas que ao mesmo tempo tenta a todo o custo lutar contra todos os seus instintos. Adorei o John, e mal posso esperar que a contraponto lance o segundo livro desta trilogia. É uma personagem diferente de todos os livros YA que alguma vez li, apesar de ter todos os problemas típicos de um rapaz de dezasseis anos, John carrega ainda o pesado fardo de saber que nunca será uma rapaz normal, que terá sempre que lutar contra os seus instintos mais fortes. E é por isso que ele desenvolve o seu próprio conjunto de regras de confuta, de forma a não cometer deslizes e deixar de ter controlo sobre o seu “Sr. Monstro”. Sem dúvida uma grande leitura de 2012.
Quotes:
“ - Sou uma boa pessoa – repeti -, porque sei o que fazem as pessoas boas e imito-as.”
“ Sorri-lhe, obrigando-me a sentir a ligação emocional que não sentia. Queria ser uma rapaz a sério.”
Cumprimentos
Maggie Mae Black